Guia Prático do NÃO

15 de Abril de 2009 – 17:40

Vários são os sócios do Sporting Clube de Portugal que, confusos com mais uma proposta de reestruturação financeira e com a sua apresentação a dois meses de eleições por um conselho directivo cessante me têm pedido razões simples, claras, compreensíveis para tomarem a sua decisão de voto nas próximas Assembleias Gerais de dia 17 de Abril e 8 de Maio.

Preconizando o Movimento Leão de Verdade, que integro, a defesa do associativismo, do ecletismo, da protecção do património dos sócios mas também da assunção do sócio como principal património do clube, há muito perdida, existem muito mais razões que as que em seguida refiro para chumbar os objectivos e mecanismos de um Conselho Directivo totalmente desalinhado com a história, pergaminhos, valores e via para o crescimento do Sporting Clube de Portugal.

No entanto opto aqui por partilhar um guia simples de razões objectivas e transparentes para o voto NÃO em ambas as Assembleias Gerais, aceitáveis para qualquer sócio que não tenha outro interesse que não o bem do Sporting Clube de Portugal, independentemente de ser considerar até agora apoiante, espectador ou discordante da actuação do Conselho Directivo em funções.

1. - Proposta de alteração transitória estatutária - 17 DE ABRIL DE 2009 - NÃO!
O argumento apresentado pelo Conselho directivo de que o modelo actual de AG não é prático e compatível com o debate construtivo e esclarecedor colhe e faz sentido.
No entanto, uma proposta séria e credível de modificação do funcionamento da assembleia geral de sócios passaria por um modelo permanente e não transitório que contemplasse a existência de uma sessão de debate aberta a todos os sócios em condições de participar, com apresentação dos esclarecimentos do conselho directivo proponente e contemplando a não menos importante troca de opiniões, sensibilidades e questões entre os sócios, seguida depois por uma sessão de votação referendária em dia e horas que permitissem a mais alargada participação possível. A proposta transitória e contextualizada ao tema proposto pelo Conselho Directivo permite concluir infelizmente, mais uma vez, que a proposta tem objectivos que não passam, primordialmente, pelo esclarecimento dos sócios e debate entre os mesmos mas sim pela aprovação rápida de medidas descontextualizas e deslegitimadas.

2. – Proposta de reestruturação financeira – 08 DE MAIO DE 2009 – NÃO!
Sabendo que o que é votado dia 17 não é ainda o modelo de reestruturação proposto pelo Conselho Directivo, a proposta de alteração transitória dos estatutos surge indexada, por iniciativa do CD, à referida proposta e nesse sentido consideramos não ter o Conselho Directivo em funções legitimidade para apresentar a votos a proposta que surge na base da sucessão de assembleias que terão lugar. Esta ausência de legitimidade assenta em três questões incontornáveis:

- uma questão de timing: consideramos não ter o Conselho Directivo cessante legitimidade para propor uma decisão cerceadora e orientadora do futuro estrutural do Clube a dois meses do acto eleitoral.
- uma questão de legitimidade programática: a proposta apresentada não constou do manifesto eleitoral proposto pelo Conselho Directivo vigente, ponto que, associado à questão de timing, agrava a falta de legitimidade na apresentação desta proposta.
- uma questão de legitimidade executiva: o presidente do Conselho Directivo que termina funções dentro de dois meses já se assumiu como ausente das opções eleitorais propostas aos sócios não assumindo, consequentemente, a execução do projecto que propõe, sendo que tornando todo o cenário ainda mais ilegítimo não apontou sequer a candidatura que garantirá aos sócios a execução do projecto que agora propõe.

Votar NÃO exige apenas bom senso, sportinguismo e uma leitura correcta dos factos incontornáveis que aqui partilhamos com os demais consócios.

Viva o Sporting,

Pedro da Cunha Ferreira
Sócio 9.576

1 Comentário

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  1. 1

    Achei muito “interessante” a entrevista do Dr Nobre Guedes ao Record, sobretudo na parte em que diz que actualmente o clube tem 70% de 30 milhões e passará a ter(?) 50% de 130 milhões. Se isto é verdade, então também se pode dizer que quem tem agora 30% de 30 milhões passrá a ter 50% de 130 milhões o que, convenhamos, é um negócio da china.

    Comentário por Marco Lopes a 16 de Abril de 2009 @ 17:49


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